METADONA No supermercado do senhor Jerónimo o povo junta-se à porta antes das 9. Por causa dos frescos. Pouco depois das 9 há já gente aviada e a passar o cartão na ranhura ou, se for de chip, a inseri-lo na ranhura. A mulher muito magra chegou à caixa número 5 já lá estavam seis clientes satisfeitos. Suja e seca, com a idade apagada do corpo, segurava nas mãos uma garrafa de cerveja. A visita matinal ao supermercado resultava na compra de litro de cerveja para a viagem. Precisava das duas mãos para a carregar. Chegada à fila pediu a todos que a deixassem passar. Estava atrasada para a metadona.